"Charles Swann acorda uma manhã e constata de repente, enquanto se penteia, que não ama mais Odete, aquela mulher por quem ele 'quis morrer'. Ela, que foi para ele o maior de seus amores, na realidade não lhe agrada mais, 'não faz mais o seu gênero'. O mais forte dos sentimentos, o mais decisivo que ele experimentou na vida, acabara de deixá-lo sem prevenir, como um convidado descortês. E no entanto ele continua sendo o mesmo, ele é o Charles Swann. Ao menos acredita nisso.
Tudo o que acreditamos construir de sólido, fora de nós ou em nós, desaba um dia, ou enferruja, ou se corrói. É assim. Só a mudança permanece."
(trecho de Fragilidade de Jean-Claude Carrière)
domingo, 7 de outubro de 2007
Única sobrevivente - notas dominicais XXII
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Um comentário:
Nossa! Vc. adivinhou ou escreveu pra mim (sem saber)? AMEI! E EXATAMENTE isso... E a mudanca e tao boa que se a gente soubesse tinha arrumado as malas antes (rsrs). Grande Claude Carriere...grande bazo. beijo.
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