Existem corações que carregam dor por toda vida. Por toda não, as vezes alguns deles a abandonam de forma radical. Isto é o que faz tal víscera nos suicidas. Entendo estes últimos. A existência não é pra qualquer um. Para que ela seja minimamente digna, é preciso uma conjunção especialíssima de fatores que estão entre a fisiologia e o destino. Um coração deveras atormentado tem todo direito ao desespero. E sem essa de acusar de fraqueza, pois no fundo este substantivo, juntamente com nossos limites, é uma de nossas poucas grandezas. Cada um sabe a dor de ser o que é. E a delícia? seria o caso do leitor perguntar reclamando o bordão. Talvez não, tendo em vista também que para alguns a angústia é um sentimento inexistente (por mediocridade ou pela loteria de uma estrutura neurológica favorecida, sabe-se lá). Creio que uma vida humana, demasiadamente humana, é aquela que perambula entre os extremos do verso a que fiz menção. Tem momentos, no entanto, que acreditamos (ou temos que acreditar), polianamente, que a beleza da vida está no mamão que comemos nas primeiras horas do dia. Mas, vamos combinar, aí tá foda...
terça-feira, 16 de outubro de 2007
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2 comentários:
adoro mamão!
penso que sou um tanto medíocre.
... mas e o rebocador?
kkk Que é foda, é. Mas a beleza da vida, às vezes, aparece mesmo no mamão devorado pela manhã ou até naquela pizza adormecida na geladeira. E quer saber? Se ainda percebemos isso vez por outra,é porque a linha tênue da sanidade ainda nao foi rompida. Adoreio devaneio!rs
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