quarta-feira, 5 de setembro de 2007

Inglês é Fisk!

Leio os artigos de Robert Fisk já a um certo tempo - uma pena que eles são publicados apenas ocasionalmente no Brasil. Correspondente do jornal britânico The Independent em Beirute, cidade que mantém residência há 31 anos(!), Fisk talvez seja hoje o jornalista de guerra mais importante do mundo. Pra se ter uma idéia, já entrevistou Osama três vezes, tendo, inclusive, ganhado do líder da Al Qaeda o seguinte comentário: "Considero Robert Fisk um homem neutro. Estarão os tais libertadores da Casa Branca e os canais que eles controlam em condições de dar uma entrevista a ele? Assim ele poderia mostrar para os EUA o que ele entende das razões pelas quais nós lutamos contra vocês."
E num é que Robert Fisk agora virou pop nas terras de Pindorama?! Com as publicações dos seus dois últimos livros (Pobre nação e Grande guerra pela civilização, A conquista do Oriente Médio, este último um calhamaço com quase 1.500 páginas!), o nome do correspondente passou a ser facilmente encontrado nos cadernos dos jornais brasileiros e nas bancadas das nossas livrarias.
Até aí, nada de se estranhar. O que me surpreendeu mesmo foi encontrar uma entrevista com ele na revista Trip deste mês. Bom, nada mal e que assim seja, mas não deixa de ser meio inesperado se deparar com páginas dedicadas ao considerado por muitos "inimigo do Ocidente" pela editora responsável pela Revista Daslu.
Li a entrevista e digo que ela vale por algumas entrelinhas de Fisk. Não é grande coisa, talvez por responsabilidade do entrevistador que achei devagar (um cabra novo de 28 anos). Mas tem pérolas, como o comentário de uma ex-namorada do correspondente revelado por ele mesmo:
"quanto mais guerras você cobre, mais aprende a sobreviver. Quanto mais você vai para guerras, mais chance tem de morrer".
Estranha equação que me levou a seguinte conclusão: minha vida é uma verdadeira Bagdá!

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