"O calor evapora as poças do Baixo Gávea, pra você ver a falta de opção, e copos entornam enquanto mulheres mal depiladas a quarenta e cinco graus olham pra nossa mesa. Eu não aguento mais essa encheção de saco, sabe Alberto? Esse cemitério de idéias, o som vazio de todas essas bocas abrindo e fechando, bebendo e comendo pizzas tão requentadas quanto os seus pensamentos. Você pode sentir o nada sobre a nossa cabeça, é só um enorme murmúrio sem sentido nem direção. Não há o que tirar daqui, não há matéria-prima pra nada, a fonte secou. Toda essa sofisticação babaca e deslumbrada e eu só enxergo aves de rapina comendo merda num deserto estéril."
(mais um trecho do romance Corpo presente de João Paulo Cuenca)
domingo, 5 de agosto de 2007
Cemitério de idéias - notas dominicais XIII
Marcadores:
Baixo Gávea,
Bares,
Corpo Presente,
João Paulo Cuenca,
Literatura
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Um comentário:
Que Baixo Gávea! Já pra casa!
Postar um comentário