segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Pense num post!!!

Nós pernambucanos somos, de uma forma geral, materialistas. Não, não somos apegados as coisas materiais, mesquinhos, escrevo no sentido filosófico do adjetivo. A razão de tal característica talvez esteja na história, talvez se deva ao fato de termos sofrido muito diretamente as consequências da dissolução do primeiro dos ciclos econômicos nacionais, o do açúcar. Fomos (e ainda somos) educados pela pedra e pela miséria. Repetimos na vida o velho preceito marxista da infra-estrutura (economia, modos de produção) determinando a superestrutura (cultura, instituições etc.). Não luxamos com pantins ou quaisquer rebolados. Ficou difícil? Mesmo assim, acredite, faz sentido.
No entanto, nós pernambucanos (logo, materialistas) bradamos ao mundo a mais platônica, a mais idealista das expressões populares, quase que soletrada no verbo-interjeição "Peeense!!!". Pense num paradoxo! Nós, da pedagogia mineral e da fudição, diante de qualquer historieta, admiração ou assombro evocamos o velho Platão no mais metafísico dos suspiros: "Pense!!!". Ou ainda, conforme ilustrei três linhas atrás, colocamos o verbo no início da frase imperativa cujo complemento pode ser qualquer coisa, contanto que venha após a contração EM (preposição) + UM(A) (artigo): "Pense numa gramática!".
Seremos contraditórios? Respondo também com o velho Giba, Conde de Apipucos, estendendo ainda mais no plural a sua loa-lesa, sample da pergunta: Os mais contraditórios dos homens!


Ps.: "Pense!", eis a inscrição (sobre a foto da obra clássica "O pensador") do folder da exposição do escultor francês Auguste Rodin que esteve em cartaz no Recife no cabalístico ano de 2000. A mostra bateu recorde de público do MAMAM, com mais de 70.000 visitações. Pense num povo culto!

Um comentário:

Anônimo disse...

pense num pense!!! post genial, azouba!!! aquele abraço (com entonação à lirioboy)