A primeira vez que ouvi falar do livro A invenção do Nordeste & outras artes (capa ao lado), do historiador Durval Muniz Albuquerque Jr., foi no ano de 2002. Lembro-me como se fosse hoje. Foi nos cumprimentos da minha defesa de mestrado, quando uma menina, até então desconhecida para mim, depois de ter agüentado toda aquela cerimônia acadêmica, aproximou-se para comentar sobre a obra. Ela achava que tinha a ver com o que eu estudava. E tinha.
Não me recordo quanto tempo depois, o amigo Xico Sá, por ocasião de alguma necessidade minha de trabalho, passou-me o danado. Desde este momento, o livro funcionou como uma bíblia para mim. Passei a citá-lo em tudo que escrevia, a indicá-lo e presenteá-lo a várias pessoas que eu sabia que se interessavam por temas como arte, cultura, Nordeste, questões de identidade etc. (a última “vítima” foi meu irmão no natal passado). Inclusive, um capítulo de minha tese de doutorado é praticamente um resumo que faço do bicho.
O livro, uma adaptação da tese do autor defendida na Unicamp, foi o vencedor do prêmio Nelson Chaves de Teses sobre o Norte Nordeste promovido pela Fundação Joaquim Nabuco no ano de 1996. Até hoje é praticamente uma unanimidade na discussão sobre identidade nordestina.
Pois bem, ontem fuçando a web encontrei uma boa e contundente crítica sobre ele. O título: A Teia Inescapável do Discurso Regionalista Nordestino: “A Invenção do Nordeste e Outras Artes”. Trata-se de um artigo escrito por Flávio Lúcio Rodrigues Vieira, professor Departamento de História da Universidade Federal da Paraíba, que, através de argumentos materialistas, questiona a pegada foucaultiana da análise de discurso do livro de Durval. Quem quiser saber mais ou se liga no tema, clique aqui (e baixe-o em arquivo pdf). Boa leitura e a discussão é bem vinda!
Ps.: a menina que me falou do livro se tornou uma querida amiga e atende pela alcunha de Anna Paula de Oliveira Mattos Silva, super historiadora que escreveu uma bela dissertação sobre a peleja entre Ariano Suassuna e os mangueboys (este trabalho ganhou o segundo lugar no Concurso Sílvio Romero de Monografias sobre Folclore e Cultura Popular no ano de 2006). Salve Anninha!
terça-feira, 11 de março de 2008
A teia inescapável da "Invenção" (desconstruindo a desconstrução)
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2 comentários:
Salve, Doutor Estranho!
Sou de BH e fiz recentemente um TCC sobre como Visão do Nordeste através da MPB: Uma análise através das cações de Vandré e Gil. O livro, A Invenção do Nordeste, foi uma grande base para mim, mas discordo em vários pontos do autor, queria encontrar essa crítica, mas não encontrei a crítica do Flávio Lúcio Rodrigues, tenho muita curiosidade em ler. você tem isso salvo? teria como enviar?
cara michelle, realmente no google o artigo não exite mais. precisarei revirar minhas coisas em casa (arquivos do meu computador. para ver se ainda o tenho. caso sim, envio para que endereço?
abço e bem vinda a esse blog estacionado. ;)
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