"A mentira é o único privilégio humano perante todos os organismos. Quem mente chega à verdade! Minto, por isso sou um ser humano. Nunca se chegou a nenhuma verdade sem antes haver mentido de antemão quatorze, e talvez até cento e quatorze vezes, e isso é uma espécie de honra; mas nós não somos capazes nem de mentir com inteligência! Mente pra mim, mas mente a teu modo, e então te dou um beijo. Mentir a seu modo é quase melhor do que falar a verdade à moda alheia; no primeiro caso és um ser humano, no segundo, não passas de um pássaro! A verdade não foge e a vida a gente pode segurar com pregos; exemplos houve. E hoje, o que nós fazemos? Todos nós, todos sem exceção, no que se refere à ciência, ao desenvolvimento, ao pensamento, aos inventos, aos ideais, aos desejos, ao liberalismo, à razão, à experiência e tudo, tudo, tudo, tudo, ainda estamos na primeira classe preparatória do colégio! Nós nos contentamos em viver da inteligência alheia - e nos impregnamos! Não é verdade? Não é verdade o que estou falando?"
Razumíkhin, personagem de Crime e Castigo, romance de Fiódor Dostoiévski.
domingo, 30 de março de 2008
Minto, logo existo - notas dominicais
quinta-feira, 27 de março de 2008
Vira e mexe, identidade
O título deste post parafraseia o nome do último livro da professora e crítica de literatura Leyla Perrone-Moisés, Vira e mexe, nacionalismo (uma frase, como ela mesma revela na epígrafe, de Mário de Andrade). A autora é tida por muitos da área dos estudos literários como defensora dos cânones da literatura em detrimento das análises de cunho mais culturalistas (nas quais geralmente me enquadro). Não julgarei aqui seus méritos ou deméritos. Aliás, correndo riscos com meus pares(?), julgarei sim: como escreve bem a tal Leyla! É daquelas(es) escritoras(es) cujas construções textuais e ideológicas, mesmo que se venha a discordar de seus pontos de vistas, sempre geram questionamentos férteis e inquietações intelectuais (é incrível como atualmente tenho mais prazer na leitura de autores que tendo a discordar de suas idéias e universos, mas que escrevem com muita destreza e/ou inteligência, como é o caso de Harold Bloom, Luc Ferry, Clarice Lispector, entre outros).
Bom, o livro, como título já aponta, traz 13 artigos que se ocupam basicamente com o tema da identidade - nossa(?) e alhures. No texto intitulado "Paradoxos do nacionalismo literário na América Latina"(trata-se de uma tradução da conferência que autora fez no Canadá em 1994, na ocasião do Congresso da Associação Internacional de Literatura Comparada), Perrone-Moisés constrói este belo parágrafo:
"O grande problema é que esses (olhares)lugares-comuns europeus sobre a América Latina são em parte verdadeiros. Apesar de todas as misérias, os países latino-americanos têm, de fato, uma natureza exuberante, e seus habitantes, uma vitalidade, uma imaginação e um gosto pela festa que se devem a certos arcaísmos preservados, ao simples desejo de sobreviver ou a uma venturosa inconsciência. A questão não é nos desfazermos dessas características, que agradam aos outros, mas vivê-las com lucidez, e não como uma compensação do que falta ao outro."
Na minha leitura, este trecho desfaz a máxima oswaldiana da alegria como prova dos nove*. Latino-americanos, brasileiros e outras identidades periféricas não têm que provar nada e a ninguém. Carecem apenas, conforme a citação acima deixa subentender, de fazer uso da lúcida sabedoria popular: "Deixa a vida dos outros, faz o teu!"
* Ao ler o parágrafo citado me lembrei imediatamente de um poema da amiga Camila do Valle que toma como paródia a referida frase de Oswald de Andrade:
"A minha alegria não é prova dos nove: é ajuste de contas."
Na época em que foi publicado, adorei esta boutade. Hoje, no entanto, mesmo longe de ignorar o peso e a influência das heranças históricas (e tantos traumas coloniais), não creio nas contas a ajustar. Pelo menos não no sentido da questão colocada por Leyla Perrone-Moisés - "não como uma compensação do que falta ao outro". Isto talvez seja energia demais gasta com o alheio.
terça-feira, 25 de março de 2008
Vã filosofia de Van
(linha Cinelândia/Rocinha + ou - 15:30hs) Agora que não existem mais verdades, ou melhor, que as verdades foram desmascaradas, as tradições reveladas inventadas, que tudo é discurso, construções genealógicas, representações de poder, pra onde eu vou, velho Foucault, se o mundo de fato não arrudiô?
domingo, 23 de março de 2008
Cartoon free - notas dominicais
"Me diga, Robert", pergunta Aline durante o jantar, "o LSD afetou seu traço nos anos 1960?". "Sim, é claro", ele responde. "Tomei umas 15 vezes, depois desisti. Primeiro deixei as anfetaminas, depois o ácido, os baseados, o álcool e, finalmente, a América."
Diálogo do cartunista americano Robert Crumb com Aline Kominsky, sua mulher, retirado de matéria assinada por Iker Seisdedos - publicada no caderno Mais!(tarde eu leio!) da Folha de São Paulo domingo passado (16/03/08).
quinta-feira, 20 de março de 2008
Forró for all - utilidade pública 2
"Os velhos tavam brincando
Depois deram pra brigar
A tristeza criou dó
Vovô enganou vovó
Na hora de emendar.."
Lembras? E queres mais? Pois tem isso e um mói de balanço de primeira no Forró em Vinil, blog sensacional especializado no bate-coxa. Tem Zenilton, Trio Nordestino, Gonzagão, Azulão, Genival Lacerda, Jackson e tantos outros bambas da arte do rala-bucho. É só entrar e baixar (tocar e dançar é bom também, faz favore, né?!). Sem respeitar nem Januário, o(a) camarada pode baixar quanto quiser, quanto o HD da carroça véia e a sola do sapato aguentar.
Pra quem achar pouco, tem também o Portal do Forró, esse mais mirrado, porém com a mesma promoção.
Agora vão lá se emendar que isso sim que é tecnologia a serviço do povo!
terça-feira, 18 de março de 2008
Conselhos para espinhas e chifres
Por estes dias cá estava eu, fuçando este armário interminável e sem dono que é a web, quando por acaso caí no blog da amiga jornalista Aline Feitosa, costela do cabra bom e fotógrafo Beto Figueiroa, mãe do menino Tom e phd na arte de cozinhar caranguejos. Chama-se (De)Cadência (Na)Cadência, bodega eletrônica de primeira donde sampliei esse bálsamo para rostos, testas e almas. Com a caneta, a Nêga:
Espinha e gaia
Ontem, um amigo me mostrou uma espinha enorme, bem no meio da testa. Na gréia, chamou o importuno calombo de gaia. Eu, que estava num dia inspirado de pensamentos inofensivos e, quem sabe medíocres, fiz a relação:
Espinha é que nem gaia:
1) É melhor não cutucar
2) Se cutucar, vai ficar doendo e corre o risco de inflamar
3) Mexer demais deixa cicatriz
4) Finja que não está vendo, mesmo que esteja na cara.
5) Deixe secar. Será menos dolorido.
Se quiserem mais, venham cá.
domingo, 16 de março de 2008
Febre do rato - notas dominicais
"Yo soy una bala perdida envenenada pela pólvora do ressentimento e o chumbo do fatalismo bruto. Yo me multiplico a cada ratatatá, en Colômbia e en Brasil, tanto faz, eu sou a febre do rato, a epidemia, eu vim para acabar com as assombrações que já estão no lucro sobre a terra."
Mais um trecho do Caballeros solitários rumo ao sol poente, romance de Xico Sá (já nas livrarias deste país!).
sexta-feira, 14 de março de 2008
Hoje é sexta, pôxa!
No verão recifense deste ano, a amiga Paulinha Valadares nos revelou o Quintal do Cosme. Uma roda de choro sensacional que acontece quinzenalmente aos domingos no fundo de quintal de uma casinha lá na Imbiribeira - logo depois do Aeroporto Internacional dos Guararapes, uma residência do mesmo lado direito. Foste? Fui. Voltaste? Voltei. Voltei pra escutar, com Miss Sole, Xico Sá, Vlad Clari - o homem do clarinete - e a distinta Paulinha, os músicos mandarem, entre tantas pérolas, o grande sucesso de Gílson de Souza. Samba de tiro certeiro, virou o hit retrô da última estação na Vila Maurícia... Se ligaí no som e bom final de semana!
Ps.: E por falar em final de semana, Bruno Pedrosa, Renato L, Felipe Machado (Originais do Sample) e Bahiano comandam amanhã em Olinda A Noite dos DJS Silenciosos, a partir das 22h, na Escola de Samba Preto Velho (no Alto da Sé). Vão lá que eu não posso!
Ps.2: E antes que eu me esqueça mais uma vez, o blog saúda a chegada de mais um rubro-negro (da Ilha do Retiro, claro) na terra. Trata-se de Antônio, bacurizinho do fotógrafo Gilvan Barreto (nosso Rodela) e da publicitária Ilka Porto. Salve, salve, Toinho!
Miséria coletiva
Pode-se questionar a retaliação brasileira, pois, já que a ordem é única e neoliberal, que vivamos de fato num mundo sem porteiras, ora! Mas, o texto que o Contardo Calligaris publicou ontem na Folha de São Paulo não diz respeito apenas a crise diplomática atual. Diz respeito a arte de se viver nesse planeta e a nossa miséria coletiva.
É proibido viajar
Por Contardo Calligaris
No episódio dos jovens pesquisadores brasileiros barrados em Madri, as autoridades espanholas agiram como se o cônsul-geral do Brasil contasse lorotas para facilitar o trânsito de imigrantes ilegais. O desrespeito justifica a "retaliação" brasileira.
No mais, a cada dia, as fronteiras do mundo (não só do primeiro) barram alguém que tenta viajar, sobretudo se for jovem, solteiro e sem as aparências de uma "vida feita".
Ao atravessar uma fronteira, o passaporte prova que estamos em paz com a Justiça de nosso país. As outras nações devem decidir se somos hóspedes desejáveis. Nas últimas décadas, as "condições" para ser desejável se multiplicaram. Hoje, no caso da Espanha: 1) 70 por dia de permanência planejada; 2) passagem de volta marcada; 3) reserva de hotel, já pago; 4) para quem se hospedar com parentes, formulário preenchido pelos mesmos; 5) quem se desloca para trabalhar deve dispor de um contrato assinado. Normas muito parecidas valem na maioria dos países.
O escândalo é que essas condições podem nos parecer "aceitáveis". Afinal, qualquer Estado quer proteger o emprego de seus cidadãos impedindo a chegada de imigrantes não-autorizados, não é? Pois é, Michel Foucault é mesmo o pensador para os nossos tempos: o sistema social e produtivo dominante ordena nossas vidas furtivamente, convencendo-nos de que não há opressão, mas apenas necessidades "racionais". Se achamos essas regras "aceitáveis", é porque já adotamos a idéia de que, no nosso mundo, só é legítimo ter moradia fixa e profissão estável.
As pessoas com moradia fixa podem, quando elas dispõem dos meios necessários, adquirir uma passagem de ida e volta e sair de seu lar seguindo um programa pré-estabelecido -ou seja, podem ser, ocasionalmente, turistas.
Escárnio: prefere-se que os turistas sejam otários, pagando de antemão. Há uma pousada melhor da que estava prevista? Você quer encurtar a viagem? Pena, você já pagou. Mas isso é o de menos. Importa o seguinte. A modernidade, que começou com a circulação (livre ou forçada) de todos os agentes econômicos, acaba parindo, nem mais nem menos, a proibição da viagem. Como assim? Pois é, viajar não tem nada a ver com férias num resort ou com ser transportado de cidade em cidade para que os cicerones nos mostrem as coisas "memoráveis".
Para começar, viajar é usar uma passagem só de ida.
- Quanto tempo você vai ficar?
- Não faço a menor idéia. Um dia? Três meses? Um ano?
- E você vai para onde?
- Não sei. Talvez eu curta uma pequena enseada, alugue um quarto numa casa de pescadores e fique comendo caranguejos com os pés na areia. Talvez, já no avião ou pelas ruas de Barcelona, eu me apaixone por uma holandesa, um russo ou uma argelina e os siga até o país deles, por uma semana ou um mês.
Se a paixão durar, ficarei por lá.
- E o dinheiro?
- Não sei, meu amigo. Toco violão, posso ganhar um trocado numa esquina ou no metrô. Também posso lavar pratos, ajudar na colheita, cortar lenha, lavar carros e vender pulôveres. E, se a coisa apertar, tenho endereços de parentes e conhecidos que nem sabem que estou viajando, mas não me recusarão uma sopa e um banho quente. Além disso, em Paris, quando fecha o mercado da rua Saint Antoine, sobram na calçada as frutas e as saladas que não foram vendidas; em São Paulo, Londres e Nova York, conheço dezenas de igrejas que oferecem um pão com manteiga; em Varanasi, ao meio dia, distribuem riso com curry e carne aos peregrinos.
Cem anos depois da invenção do passaporte com fotografia, chegamos nisto: uma ordem que só permite se movimentar para consumir férias ou para se relocar segundo os imperativos da produção.
As regras que barram o viajante expressam nossa própria miséria coletiva: perdemos de vez o sentimento de que a vida é uma aventura. Preferimos a vida feita à vida para fazer.
Para quem quiser ler sobre a história da documentação de viagem, uma sugestão: "Invention of the Passport: Surveillance, Citizenship and the State" (invenção do passaporte: vigilância, cidadania e o Estado), de Torpey, Chanuk e Arup (Cambridge University Press).
Para quem quiser viajar, outra sugestão: a mentira, num mundo opressivo, é uma forma aceitável de resistência.
quinta-feira, 13 de março de 2008
Vôo para um outro mundo (pequena conversa fraternal em tempos pós-modernos)
- Eu conheço você, brou. Por isso que está nessa situação. Sei dessa sua conversa sobre trabalhar para grandes corporações e tals. Tudo isso não passa de um raciocínio idiota. Aliás, você tem que deixar de ser idiota!
- Acho que o problema é exatamente esse. Acredite, estou sendo sincero, sem a mínima ironia ou marra. Sou tão idiota que não consigo vender trabalho para quem quer que seja. Melhor dizendo, sou tão idiota que não tenho qualquer trabalho para vender...
- Pois saiba: apesar de estar repleto de idiotas, o mundo não tem perdão com idiotas do seu tipo.
Restou-lhe subir até o dezoito e alçar vôo para um outro mundo.
terça-feira, 11 de março de 2008
A teia inescapável da "Invenção" (desconstruindo a desconstrução)
A primeira vez que ouvi falar do livro A invenção do Nordeste & outras artes (capa ao lado), do historiador Durval Muniz Albuquerque Jr., foi no ano de 2002. Lembro-me como se fosse hoje. Foi nos cumprimentos da minha defesa de mestrado, quando uma menina, até então desconhecida para mim, depois de ter agüentado toda aquela cerimônia acadêmica, aproximou-se para comentar sobre a obra. Ela achava que tinha a ver com o que eu estudava. E tinha.
Não me recordo quanto tempo depois, o amigo Xico Sá, por ocasião de alguma necessidade minha de trabalho, passou-me o danado. Desde este momento, o livro funcionou como uma bíblia para mim. Passei a citá-lo em tudo que escrevia, a indicá-lo e presenteá-lo a várias pessoas que eu sabia que se interessavam por temas como arte, cultura, Nordeste, questões de identidade etc. (a última “vítima” foi meu irmão no natal passado). Inclusive, um capítulo de minha tese de doutorado é praticamente um resumo que faço do bicho.
O livro, uma adaptação da tese do autor defendida na Unicamp, foi o vencedor do prêmio Nelson Chaves de Teses sobre o Norte Nordeste promovido pela Fundação Joaquim Nabuco no ano de 1996. Até hoje é praticamente uma unanimidade na discussão sobre identidade nordestina.
Pois bem, ontem fuçando a web encontrei uma boa e contundente crítica sobre ele. O título: A Teia Inescapável do Discurso Regionalista Nordestino: “A Invenção do Nordeste e Outras Artes”. Trata-se de um artigo escrito por Flávio Lúcio Rodrigues Vieira, professor Departamento de História da Universidade Federal da Paraíba, que, através de argumentos materialistas, questiona a pegada foucaultiana da análise de discurso do livro de Durval. Quem quiser saber mais ou se liga no tema, clique aqui (e baixe-o em arquivo pdf). Boa leitura e a discussão é bem vinda!
Ps.: a menina que me falou do livro se tornou uma querida amiga e atende pela alcunha de Anna Paula de Oliveira Mattos Silva, super historiadora que escreveu uma bela dissertação sobre a peleja entre Ariano Suassuna e os mangueboys (este trabalho ganhou o segundo lugar no Concurso Sílvio Romero de Monografias sobre Folclore e Cultura Popular no ano de 2006). Salve Anninha!
domingo, 9 de março de 2008
Corazón de las fêmeas - notas dominicais
"Las mujeres non son interesseras, meu anjo.
Son capazes de levar à ruína non somente los patrones, los milionários, los herderos, mas también los últimos dos miserables de la calle, o lumpem do lumpem do lumpem do molambo final do proletariado.
Epidermicamente democráticas, abismo para todos, passa-me el baseado e la aguardiente envelhecida em barris de cromossomos...
Cabrón, te ligas: Non hay lucha de classes en corazón de las fêmeas."
Outro trecho do Caballeros solitários rumo ao sol poente, western-romance de Xico Sá (disponível nas melhores casa do ramo!).
sábado, 8 de março de 2008
Eixo condutor*
O beijo:
O eixo...
Fio condutor
Entre um homem
E uma flor.
*poeminha republicado em homenagem ao Dia Internacional da Mulher
quarta-feira, 5 de março de 2008
Mandamentos alucinados
Por esta Golda Meir e seus discípulos não esperavam. O professor do Departamento de Psicologia Cognitiva da Universidade Hebraica de Jerusalém Benny Shanon publicou um artigo no qual afirma que o profeta Moisés (aquele mesmo que atravessou o Mar Vermelho) quando desceu o Monte Sinai e apresentou os Dez Mandamentos ao povo judeu estava, pasmem, sob efeito de poderosos alucinógenos!!!
Segundo advogados brasileiros, tal fato bíblico ajuda também a explicar o episódio das gravatas envolvendo o rabino Henry Sobel na Flórida: tava doidão!
Mais informações aqui.
terça-feira, 4 de março de 2008
Link corrigido
Amigos(as), ontem finalmente consegui corrigir o link pra minha tese que fica na seção Textos outros (artigos, ensaios, matérias etc...), localizada no lado esquerdo da tela deste blog. Agora vai direto!!!
Como já comentei num post das antrolas, o trabalho discute a questão da identidade nordestina, tomando como estudo de caso as crônicas publicadas n'O Carapuceiro, site que circulou na web entre os anos de 1998 e 2005, sob a editoração do jornalista Xico Sá (mantém o blog homônimo). Quem não tiver saco para elocubrações acadêmicas, aconselho ir direto ao filé que está nos anexos da tese: praticamente todas as crônicas publicadas no distinto órgão! São quase 500 páginas assinadas por 68 autores - além do referido editor, escritores como Nelson Rodrigues, Miguel do Sacramento Lopes Gama, Bocage, Miss Soledad, Honoré de Balzac, Evaldo Cabral de Mello, Renato L, entre outros... (alerto apenas para um inconveniente: este arquivo dos anexos - em pdf - é bem grande, cerca de 4.6MB).
Quem se interessar, por favor, não se acanhe, pois o boleto bancário não chegará na sua casa...
domingo, 2 de março de 2008
Descrença divina - notas dominicais
"É difícil mesmo fazer Deus entender minimamente os que começam perdendendo de muito. Deus não acredita na lucha de classes, minha pequeña."
Xico Sá em Caballeros solitários rumo ao sol poente, livro a venda nas melhores casa do ramo (capa ao lado).