Estava perto de completar 40 anos. De família classe média, sem influências, a vida não lhe foi muito generosa. Resistia com bicos ou subempregos. Agora andava desempregado e sem perspectivas - sequer ilusões. Um looser, segundo o jargão publicitário e anglo-saxônico corrente. A sua máxima de que "para viver basta memória e imaginação" não lhe aliviava mais o espírito. Muito menos os índices de exclusão da sociedade global. Passou a sentir que era gente somente quando desafiava - com o perdão da rima ruim - a moral vigente. Graças ao escárnio, ao ridículo ou ao risco da prisão. Como ainda lhe restava algum respeito, esperava a morte dos pais para mergulhar de vez em tais combates. Não tendo vícios, vingava a existência apenas nas canções que ouvia. E apesar de ser um personagem de ficção, suas semelhanças não são meras coincidências...
quinta-feira, 30 de outubro de 2008
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Um comentário:
Adoro voce, bazito!
E to com saudades.
Postar um comentário