Closes de pessoas pobres. Do Pacaembu à igreja do reino de deus. Tudo embalado por uma melodia triste, conforme demandam as almas sensíveis do lado de cá. Eis a linha de passe que levará ao ápice, ao gol (só pra continuarmos no campo da simbologia ou das metáforas): "Ei, playboy, olha pra mim, porra!", conclama a grande cena. Olha, playboy, pois até o diretor, pra você ver, já olhou. Olhou e aprimorou o nosso olhar, dirão os chalaças do requinte. Olhou com a sabedoria e a sensibilidade de quem conhece na pele aquela realidade. Ok, esta última frase talvez tenha sido demais, admito e corrijo: conhecer na pele não, mas se sensibiliza e bastante com aquele universo retratado no filme, vá lá... Eis (mais um) nosso grande tradutor da pobreza. A compaixão dos grandes homens. Some-se a isso a competência - aí, é covardia, não há quem possa (e ninguém aqui falou em dinheiro!). Sabe muitíssimo do seu métier, não há dúvidas. Mas só isso não basta, pois conhece inclusive os ofícios e os desvãos dos personagens que filma. Na (vida) real, estes não (porque não podem, não querem e nem carecem), mas as almas sensíveis do lado de cá sempre anseiam pelo seu olhar para, só assim ou em caso de tragédia, se ligarem, como cordeiros da culpa, no mundo do lado de lá...
terça-feira, 23 de setembro de 2008
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2 comentários:
Nunca confie em um dono de bancos.
Mas pelo menos foi bom entrelaçar dedinhos no escuro do cinema.
Sim, claro. Sem estética maquiada. É nisso que creio. É isso que busco! Obrigada também por suas leituras!
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