terça-feira, 22 de abril de 2008

O incêndio olindense (Myspace da Eddie)

Semana passada prometi publicar por partes aqui um artigo que escrevi pruma revista universitária do Rio. Ainda exaltei: publicaria o texto fosse ele aceito ou não pelas instâncias maiores, leia-se os organizadores da tal revista. Qual um sujeito despalavreado, não cumprirei meu juramento, pois fui aconselhado (pelas mesmas instâncias) a não publicá-lo agora. Sorry, quando autorizado, postarei-o de imediato. Como redenção, trago abaixo o release que fiz ontem pro Myspace da banda Eddie (encomenda um catzo, texto de fã mesmo!). Espero encarecidamente o perdão dos leitores...



Olinda, 1989. Datar como de costume, como de costume, na Marim dos Caetés, quebrada-cenário de nossos manuais de história e chapações. “Lembra quando Nassau...? E daquela cachaça?” Duvido! Mas, recordo que foi neste ano que ouvi Pixies+Ramones+Dead Kenneds+frevo, entre outros pesos e bossas, ecoar na rua do Sol (salve o velho Pocolouco!). Todos liquidificados num só nome: Eddie. A verdade é que desde o fogo holandês que varreu a velha vila, não se via tanto calor, transformado agora em massa sonora. Olinda e seus arredores, ainda pré-manguebeat, traduzia sua pegada, seus tipos, seus desejos, em 3 acordes e muita maloqueiragem - o Original Olinda Style em seu legítimo cavalo...

Mas as labaredas do incêndio, desta vez, não ficaram só por ali. Propagaram-se pelo mundo nas turnês da banda pelo Brasil e pela Europa (2005, 2006, 2007). Espalharam-se também através dos 3 registros em discos, tocados nos mais dignos sound-systems: Sonic Mambo (Roadrunner, 1998), Original Olinda Style (independente, 2002) e Metropolitano (independente, 2006) - em primeiríssima: tem um outro na manga pra ser lançado no segundo semestre de 2008.

Hoje, depois de várias formações, a Eddie é composta por Fábio Trummer (guitarra & voz), Urêa (percussão & voz), Andret (trompetes, teclados & samplers), Kiko (bateria), Rob (baixo) e a presença especial de Erasto Vasconcelos. Um escrete com sonoridade própria, cheia de grooves peculiaríssimos e experimentações inflamáveis. Capaz de incendiar até o mais frio dos terreiros do velho mundo, de levantar o fogo morto de ritmos quentes abafados pelo discurso da tradição, como o próprio frevo (o hit Quando a maré encher é frevo, meu bem!), entre outras façanhas infernais. Fica, então, o alerta: a Eddie é combustão certeira. Cuidado, principalmente se você brinca com álcool...

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