quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

À Fundação Bienal de São Paulo e ao Ministério Público do Estado de São Paulo

Repasso um abaixo assinado criado por um amigo:
No dia da abertura da 28ª Bienal de Artes de São Paulo, 40 pichadores entraram no Pavilhão e "atacaram" com seu design gráfico todo particular o segundo andar o prédio, o local que estava o chamado "vazio" proposto pela curadoria que consistia de paredes e pilastras brancas. Na ocasião, a pichadora Caroline Piveta Mota foi a única detida sob a alegação de depredar o patrimônio público. Acusada de se associar a "milicianos" para "destruir as dependências do prédio", a jovem continua presa.
O que nós, agentes culturais, estranhamos é que existe um paradoxo nesse caso, pois se trata de patrimônio público, mas também de uma mostra de arte contemporânea, local propício para esse tipo de manifestação desde o começo do século 20.
Como escreveu o professor e artista Artur Matuck: "As paredes foram pichadas e repintadas e a mostra não foi prejudicada. Independente da discussao estética, se a pichaçao é ou não arte, se se justifica ou não, a atuação deste grupo ao invadir o prédio da Bienal com um grupo de pichadores, foi também um ato expressivo, foi inequivocamente uma manifestaçao cultural. [...] Uma discussão ampla e bem informada sobre o fenômeno cultural da pichaçao é relevante desde que na medida em que não é validado enquanto expressao artistica pode ser considerado como vandalismo e justificar repressão".
Repressão essa que faz Caroline estar presa até hoje e ainda pegar uma pena de 3 anos.
Por isso pedimos: LIBERTEM A PICHADORA CAROLINE PIVETA DA MOTA!

Para assinar, clique aqui!

5 comentários:

Anônimo disse...

BOM mesmo e aí, sim, a haveria alguma esperança nesse país sem parametros, seria a "artista" saír de la conhecendo e entendendo um pouc de arte ontemporânea... Mas façamos outro baixo-assinado: A pixadora pode se "expressar" pintando um espaço inaugurado apenas para isso e com o devido patrocinio desse doutor. Que tal? MAOS À OBRA!!! Ficar só no papo é muito fácil!

Anônimo disse...

BOM mesmo, e aí, sim, haveria alguma esperança para esse país sem parâmetros, seria a "artista" saír da penitenciaria, apos ter cumprido sua pena,conhecendo e entendendo um pouco de arte contemporânea... Mas façamos outro baixo-assinado: A pixadora pode se "expressar" pixando um espaço inaugurado apenas com essa finalidade e com o devido patrocinio desse doutor. Que tal? MAOS À OBRA!!! Ficar só no papo é muito fácil!

Doutor Estranho disse...

a idéia de um espaço apenas para o pixo acho fraca (pois contraria o próprio princípio deste tipo de expressão). já a do patrocínio, acho ótima! aliás, tô atrás de um! quer se habilitar?

Anônimo disse...

DOKSTRA! Se eu tivesse grana, pode ter CERTEZA de que me habilitaria... mas não é o caso (não agora). No entanto, acho que vc, com seus conhecimetos é capaz disso... no mais: Daqui ha um tempo espero termos alguns projetos juntos... por enquanto... niente - todo meu dinheiro ta investido na minha educação e tempo??? eu não tenho tempo de ir ao brasil!!! tenho que ficar por aqui por dois anos...

Vanessa disse...

São Paulo é infestada de gente média que acredita que a pichação é sinônimo de degradação e sujeira.

Gostos à parte, o picho é sim uma arte urbana.

Achei bacaníssima a atitude, mas poderiam ter escolhido melhor o local. Foram escolher justamente o 'vazio' e deu no que deu.
Muito embora esteja claríssimo que era justamente 'ali' que eles desejavam.

Agora a alegação utilizada para a autuação da moça é de matar. (Apesar que é conflitante, pois a área escolhida pelos pichadores era também tema de exposição. Ou esse 'vazio' não era nada?)


Sobre pichos ser ou não arte, eu não sei se você está lembrado, mas já houve discussões semelhantes com o rap paulistano.