segunda-feira, 26 de maio de 2008

Combustível aditivado

É assim. E de repente. Quando o espírito parece mimetizar a paz de minha flor, eis que surge a sombra das urgências apontando para o caminho do desespero. Cumpro as obrigações que me cabem no momento, vá lá, quase todas. Mas tudo parece pouco. Atarantado, nada existe neste instante que consiga me ordenar um parágrafo de texto. Nem as grandes questões da humanidade, do imbróglio amazônico à velha camuflagem da luta de classes. Nada. Nem mesmo as miudezas que justificam toda miséria da existência, como o sorriso da moça, o esculacho do povo, o doce da melancia, minha pequena Maria... Nada, nadinha. Resta-me agora assistir, paciente e resignadamente, a vida escorrer pelas auroras e crepúsculos dos dias que se apressam, acelerados pelo combustível aditivado da angústia...


Só pra informar que volto quando puder. A sobrevivência e os prazos solicitam.

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