sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

Amor de papangu

Ah, estilhaços coração, fostes acusado, veja só, de folclórico! Agora não sei se tomo meu amor cabocolinho como mérito ou desgraça. Não acreditas em mim, linda flor de acusação? Talvez tenhas razão, na deixa da rima, sou facinho não. E sei das dificuldades para se crer nos homens trôpegos e escalenos. Quanto a mim, pobre cafuçu desta espécime, não posso ignorar aquilo que me dispara o miocárdio, abala os membros e me cambaleia... Onde estará a verdade então? Em tua fantasiosa interpretação de que não a amo ou na concretude do meu corpo alterado diante de tua presença? Mais um folclore de um coração que não vale uma serpentina já atirada ou o amor de muito de uma víscera que carrega o sentimento do mundo?

(rascunho encontrado no bolso de uma fantasia de papangu - clóvis para o resto de Pindorama -, ao revirar o baú das alegorias existenciais...)

Um comentário:

BelaCavalcanti disse...

bazito, esse post foi um dos melhores que ja encontrei aqui! Viva usted.
beijoca.
Ps - procure, amigo: 'Tous le matin du monde'. Grande, Alain Corneau.