domingo, 30 de setembro de 2007

Decantação - notas dominicais XXI


“Quanto mais perfeito o artista, mais separado, nele, estará o homem que sofre da mente que cria.”
(T. S. Eliot em Tradição e talento individual)








Há controvérsias, Mr. Eliot...

quinta-feira, 27 de setembro de 2007

69 posts!



Para comemorar a marca, uma crônica escrita por Maitê Proença que foi publicada na revista Época tempos atrás. Boa leitura!
ps.: sobre o texto, este editor também vê semelhança entre o 69 e a culpa cristã do "é dando que se recebe", porém acha que o verbo "ornar" orna com tudo!

"69"

Algumas atividades parecem que nasceram umas para as outras.
Tomar banho e cantar dá uma alegria enorme na gente, comer pizza e falar da vida alheia é quase um ato contínuo, beber cerveja e fumar combina que é uma loucura, assim como jogar futebol e xingar a mãe, sentar no trono e ler, dirigir e ouvir música - todas delícias de uma vida boa!

Por outro lado há coisas que não simplesmente não ornam. A palavra ornar, por si já não orna com nada. Chupar cana e assoviar todo mundo sabe que é desaconselhável, dirigir e falar ao celular a lei não permite, conversar e pular corda é complicado, e assim a coisa vai numa longa lista de práticas incompatíveis. Pois eu queria manifestar meu desapreço por uma posição de funções adversas que, no entanto, é bastante apreciada na atividade sexual - o 69. Você há de concordar que a postura é ingrata, a vista não é das melhores, e que se não houver cautela pode-se sair dali com um pinçamento na cervical. Além do mais, por que a pressa, por que tudo ao mesmo tempo? Parece coisa de culpa católica - é dando que se recebe, dê ao próximo o que deseja para si. Pessoalmente, considero aquela atividade frenética em ambas as pontas totalmente desnecessária, e porque não dizer, ineficiente. Não é possível a criatura executar com primor uma função que requer coordenação, dedicação e técnica, enquanto está tentando relaxar para usufruir o que lhe acomete na outra extremidade. Sim, porque uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa! E não venha me dizer que tudo corre naturalmente e que é só meter a cara (perdão palavra no sentido figurado) que sai direito.
Não sai!!Pra começar, o negócio exige um estudo rigoroso da anatomia do outro. É imperativo que se saiba o que está onde para se entender o que fazer por ali, e é claro que isso vale para parceiros de todos os sexos, independente da ponta (mesmo que convexa) em que se esteja. Há quem pratique a vida inteira e, não tendo se dado ao trabalho de observar os detalhes da questão uma única vez, passa a vida fazendo o serviço mal feito. Outro fator que não ajuda é a inelutável proximidade com o assunto, que pode, num excesso de entusiasmo, causar a asfixia fatal do parceiro. Menos grave, mas não menos constrangedor, é o caso do sujeito com a vista cansada que, nessa situação, tem que contar exclusivamente com a sensibilidade "linguo-labial" - não quero descriminar ninguém, mas todos sabemos como há no mundo, inclusive sem problemas de vista, criaturas desprovidas deste requisito. E há ainda o caso dos obesos que por excesso de volume no percurso simplesmente não conseguem atingir as marcas. Por último, quero lembrar que a reciprocidade, grande objetivo da postura, é raramente atingida, posto que tem sempre um sujeito ali largadão, enquanto a outra está dando tudo de si. E vice-versa. E vice- versa, também, eu suponho.

O Kama Sutra propõe nada menos que 529 posições pra se experimentar na hora do amor e eu não estou aqui pra desestimular a criatividade de ninguém. Mas não sei se por preguiça, ou por ter amado homens de muita aptidão, ainda considero o trivial bem feitinho algo de insuperável.

terça-feira, 25 de setembro de 2007

Referências bibliográficas

A farra já se distancia uns dois dias, pero (el portunhol selvagem se deve a ela) minhas mãos ainda tremem ao tentar equilibrar café e cigarro. Definitivamente, não sou mais um profissional. Tento me recompor através da ôia, do batente que me põe a comida na barriga, pero, una vez más, estoy como un náufrago. Entremear patuscada e obrigação é como um sonho interrompido por guilhotina, para a qual você é empurrado com o gosto de angu de sangue ainda na boca...

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Este final de semana rolou no Rio o evento literário "Popular" organizado pelo gaúcho Paulo Scott (outras edições já tinham ocorrido em POA e Sampa). Na ocasião, tive o prazer de conhecer Joca Reiners Terron, de quem já conhecia suas duas pérolas: a musa - nossa princesa do Cariri! - e a literatura, e Marcelino Freire, cujo Contos negreiros é o desejo de quem quer fazer da arte da escrita uma coisa popular nesse país. Dois salves e muitíssimo prazer! E ainda sobrou dois dedos de prosa com João Paulo Cuenca, autor que já conhecia de Corpo presente, pelo livro e por uma mesa que mediei certa vez na Puc-Rio. É de Cuenca a crônica que compilo abaixo, publicada n'O Globo de hoje e que diz respeito ao filme tratado no penúltimo post deste blog. Classe A, confiram!

Tropa de elite: Osso duro de roer

Se precisasse definir o Brasil numa frase, diria que é o país do perdão. O país da anistia ampla, geral e irrestrita. Anistia que, em lei aprovada pelo governo Figueiredo, não somente livrou a cara dos perseguidos pela ditadura entre 1964 e 1979, mas que também abriu as asas da liberdade aos perseguidores e criminosos “oficiais”. Neste país de consciência livre, estupradores, torturadores e assassinos hoje jogam peteca na praia de Copacabana e curtem sua tranqüila aposentadoria. Depois de encher os bolsos, mandar bater e lotear estatais por duas décadas com sobrinhos com dificuldade de aprendizado, os milicos têm a vida que pediram a Opus Dei.

O Brasil, e isso costuma chocar mais nossos companheiros latino-americanos do que a nós mesmos, é o país mais atrasado do continente quando se fala em punir os responsáveis pelos abusos cometidos pelo regime militar. Para o bem da “paz e harmonia nacionais”, o governo e a sociedade preguiçosa abaixam as orelhas e deixam pra lá. No país da anistia, tudo é perdoado com esquecimento. O que aconteceu deixa de ter acontecido, como se a roda da história se alimentasse de si mesma, num processo autofágico e irreversível.

O custo dessa amnésia tão simpática e conveniente é alto. Esse déficit moral faz com que o brasileiro aceite a idéia de tortura e violência policial como quem come um pastel de carne moída.

***

Escrevo esses parágrafos, como vocês devem imaginar, movido pela experiência de assistir à pré-estréia de “Tropa de elite”, na última quinta-feira, no Odeon. Além da equipe do filme e usuais papagaios de pirata, a sessão contou com a presença, in loco, de Harvey Weinstein, criador da Miramax, vencedor de 45 oscars, produtor de blockbusters como “Pulp Fiction” e “Senhor dos Anéis” e, claro, co-produtor de “Tropa de elite”. Weinstein, segundo perfil publicado pela New Yorker, é conhecido como “Harvey mãos de tesoura” pelo seu hábito de interferir na montagem dos filmes que produz. Imagino que não tenha sido o caso.

Poderia entrar no mérito exclusivo do filme e dizer que é impecável no que se propõe e que, apesar (e por causa) da pirataria, será um sucesso de bilheteria estrondoso. Ainda poderia escrever que “Tropa de elite” na maior parte do tempo parece um institucional nauseante do BOPE – no final, só faltou o “Aliste-se já!”. Apesar disso, levanta algumas lebres, dá um par de tiros certeiros e deixa pelo menos uma cena na memória – aquela do policial Matias invadindo uma passeata pela paz na PUC.

Ao mesmo tempo, o filme é de um reacionarismo que talvez não tenha paralelos na história do cinema nacional. O texto é claro como pó de mármore: o tráfico de drogas é um câncer, a elite branca é hipócrita, a PM é corrupta, e o BOPE é incorruptível. Só o BOPE, através de seus imaculados princípios, nos salvará das trevas. E para isso, tem certas licenças nada poéticas – a tortura é a principal delas. Eles, que são puros, fazem o serviço sujo que nós, hipócritas de classe média, não encaramos. A lógica do discurso policial que “Tropa de elite” reproduz é cristalina.

O problema começa quando esse monstro disforme chamado opinião pública faz uma leitura do filme que corrobora esses métodos e valores. E aí, “Tropa de elite” pode perigosamente entrar para a história como o filme da geração “Cansei”. O público torce pelo herói torturador e mata com ele, tortura com ele, em repetidas cenas à la Abu Ghraib – ou “Guantanamo no Rio de Janeiro”, como disse meu amigo Daniel Alarcón. As celebridades enfiadas em black-tie aplaudem cada porrada, num frisson de adrenalina, e todos se convertem instantaneamente em perfumados torturadores de gabinete.

Depois, é claro, sabe-se que vem o perdão, nossa querida e mui conhecida anistia, para o torturador assassino justiceiro e para nós, apêndices conexos dessa violência, como diz a lei número 6.683. Porque, para o bem da “paz e harmonia nacionais”, os fins justificarão os meios até o (nosso) fim. Enquanto isso, o pastel de carne moída segue descendo bem pela goela de todos. O uísquinho servido em coquetéis de estréia como a de “Tropa de elite” pode ajudar.

domingo, 23 de setembro de 2007

Serenos pelo artifício (ou assim caminha a humanidade) - notas dominicais XX

"Há alguns anos, visitando um laboratório em Basiléia, o homem que me conduzia mostrou um grande recipiente no qual estavam empilhados os comprimidos de um calmante mundialmente célebre e me disse com verdadeiro orgulho: 'Há o suficiente para garantir a saúde mental da Grã-Bretanha durante dois meses'. É o ponto em que estamos, mantidos serenos pelo artifício. Uma montanha de calmantes se encarrega do nosso sorriso."
(Jean-Claude Carrière, ele, o roteirista de Buñuel e outros bambas, em Fragilidade, livro publicado recentemente aqui na Terra de Santa Cruz)

quinta-feira, 20 de setembro de 2007

Troço de Elite

Tem início esta semana no reino da Guanabara o festival de cinema. E a vedete do evento, por motivos óbvios, é "Tropa de Elite". Como todos sabem, o filme foi parar nos camelôs antes de ser lançado e isto gerou milhões de discussões sobre o tema da pirataria. Não irei aqui repetir as polêmicas - e já tô achando demais ceder este espaço ao danado, dando-lhe mais uma contribuição publicitária (sim, porque as polêmicas serviram para isso!), mesmo que este minifúndio de pixels só tenha, se tanto, 17 leitores...
Porém, depois de escutar num debate que o que ocorreu com o filme foi um "estupro a obra", uma questão elementar me surgiu em meio ao terremoto de moralidades: o que deseja o diretor com a sua realização? Bom, se eu fosse um cineasta e a pergunta fosse dirigida a mim, responderia que diante do apartheid cultural vigente no Brasil, minha vontade seria a de que ela fosse vista (assim como desejo que meus textos sejam lidos, gracias meus 17 escudeiros!). E é o que vem acontecendo com o filme, pois ele está sendo assistido por milhares de espectadores. Mas eis que surge o argumento de que o diretor está perdendo rios de dinheiro com as cópias ilegais. Será? Alguém aqui acredita que o público que teve acesso a elas é o mesmo que frequenta as salas de cinema do país? Sinceramente, não creio. Parece-me fato que aqueles que tiveram o canal clandestino da obra são de origem mais pobre e que não têm, pela própria falta do "faz-me-rir", o costume de encher as bilheterias das casas do ramo.
Acho, sinceramente, que o diretor deveria se satisfazer com o fato de seu filme ter caído nas graças do grande público (grande público de verdade, não "grande público" de cinema!). Deveria sim se contentar em ter despertado o interesse de uma parcela significativa da população. A menos que não considere essa parcela como gente, o que é comum nesta plaga, onde produções cinematográficas e tantas outras coisas são restritas a tão poucos.

ps.: Mas, se numa suposta resposta a minha questão o diretor dissesse que seu interesse é ganhar dinheiro, ele deveria ao menos deixar uns royalties no universo em que filmou. Aqui é assim: filmar pobre pode, mas pobre ver filme não!

terça-feira, 18 de setembro de 2007

Exílio do exílio

Todos sentimos o fardo da existência. Por essa razão, vivemos sempre em busca de certa transcendência da realidade (não confundam com alienação!), o que é uma forma saudável de fuga das dores do mundo. A condição artificial do exílio é ideal para isso e pode servir como um empurrão para ultrapassar a imanência do cotidiano - ao colocarmos de lado o lugar de origem, nos descolamos do fardo do passado e, consequentemente, do fardo da história da existência. O único problema, porém, é quando suspeito - por provincianismo, ilusão, ego ou vício - que lá os dias se alternam felizes sem passarem por mim. O exílio vira, então, exílio do exílio...

domingo, 16 de setembro de 2007

Astrolábio em parafuso - notas dominicais XIX

"O amante é obcecado por ela: seu rosto doce, seus olhos, seus atos, seus gestos, suas mãos, seus pés, suas palavras, sua altura, sua largura, sua profundidade e todas as suas outras dimensões são, desse modo, revistas, medidas e registradas pelo astrolábio de suas fantasias".
(Robert Burton - 1577-1640 - em A Anatomia da Melancolia)

quinta-feira, 13 de setembro de 2007

terça-feira, 11 de setembro de 2007

Sobre História

O título deste post é o mesmo do livro da reprodução ao lado, trabalho do historiador Eric Hobsbawn, cuja leitura terminei esta semana. Para os que não são do ramo, desaconselho. Melhor conhecer o velho marxista inglês por outras frentes como, por exemplo, através do grandioso (em todos os sentidos) Era dos extremos - O breve século XX, obra para todos, tranquilíssima de ler (mesmo sendo volumosa, são 632 págs!).
Sobre História é uma reunião de artigos de Hobsbawn que trata de questões referentes a disciplina a qual ele dedicou toda sua vida. São textos sobre teorias e metodologias da História. É um livro mais técnico, pra iniciados e/ou acostumados com discussões teóricas da área. Quem tiver coragem, abrace-o, mas vem daí, do seu peso, o meu desencorajamento do início desse texto.
Ainda assim, tentemos, ora pois, roubar-lhe algo para este estranho blog. Allez...
Em vários artigos do livro, um tema parece se fazer sempre presente - peço perdão e auxílio aos amigos historiadores para comentá-lo e se eu estiver muito enganado, por favor, me corrijam. Um tema que diz respeito a ascensão de disciplinas e correntes historiográficas como a Antropologia, a Microhistória, a História das Mentalidades etc., em detrimento da Macrohistória com suas análises mais grandiosas, com abordagens mais sócio-econômicas e mais referentes aos modos de produção. Hobsbawn, como marxista, aproxima-se mais do segundo time, no entanto, não desmerece nem ignora a importância do primeiro. O historiador chama atenção apenas para que este não perca de vista que, por mais heterogêneos que somos (várias culturas etc. etc.), vivemos um mesmo mundo, fato que sempre se revela em percalços como uma crise imobiliária nos EUA que pode afetar a vida de milhões de miseráveis no planeta ou como a ameaça eminente do fim do petróleo (é incrível como interesse Ocidental sobre o ouro negro globaliza de automóveis a homens-bombas!). E isso tudo não é aleatório. Uma velha senhora parece sempre nos assistir para, com o passar dos anos (décadas ou séculos), nos apresentar-se como História.
ps.: Acho que nós, minha geração e adjacentes, fizemos o mesmo percurso epistemológico da disciplina em questão. Nos ocupamos cada vez mais das micronarrativas e dos pequenos universos (pequenos burgueses?) e desprezamos, também cada vez mais, a estrutura da ordem planetária. E o que nos resta a fazer é acreditar que alguma iniciativa com selo Carbon Free irá nos salvar das chamas do inferno...

domingo, 9 de setembro de 2007

Gastando o bigode de Nietzsche - notas dominicais XVIII


"mas se for amor que fique até gastar o bigode de Nietzsche, vixe, infindável vassoura de faxinas cujas árvores ainda choram o cabo das possíveis assepsias moralistas..."

Frase colhida de "Pálpebras molhadas", croniqueta publicada esta última semana n'O Carapuceiro, a melhor casa do ramo neste imenso território de língua portuguesa. Para ler na íntegra, clique aqui.

quarta-feira, 5 de setembro de 2007

Inglês é Fisk!

Leio os artigos de Robert Fisk já a um certo tempo - uma pena que eles são publicados apenas ocasionalmente no Brasil. Correspondente do jornal britânico The Independent em Beirute, cidade que mantém residência há 31 anos(!), Fisk talvez seja hoje o jornalista de guerra mais importante do mundo. Pra se ter uma idéia, já entrevistou Osama três vezes, tendo, inclusive, ganhado do líder da Al Qaeda o seguinte comentário: "Considero Robert Fisk um homem neutro. Estarão os tais libertadores da Casa Branca e os canais que eles controlam em condições de dar uma entrevista a ele? Assim ele poderia mostrar para os EUA o que ele entende das razões pelas quais nós lutamos contra vocês."
E num é que Robert Fisk agora virou pop nas terras de Pindorama?! Com as publicações dos seus dois últimos livros (Pobre nação e Grande guerra pela civilização, A conquista do Oriente Médio, este último um calhamaço com quase 1.500 páginas!), o nome do correspondente passou a ser facilmente encontrado nos cadernos dos jornais brasileiros e nas bancadas das nossas livrarias.
Até aí, nada de se estranhar. O que me surpreendeu mesmo foi encontrar uma entrevista com ele na revista Trip deste mês. Bom, nada mal e que assim seja, mas não deixa de ser meio inesperado se deparar com páginas dedicadas ao considerado por muitos "inimigo do Ocidente" pela editora responsável pela Revista Daslu.
Li a entrevista e digo que ela vale por algumas entrelinhas de Fisk. Não é grande coisa, talvez por responsabilidade do entrevistador que achei devagar (um cabra novo de 28 anos). Mas tem pérolas, como o comentário de uma ex-namorada do correspondente revelado por ele mesmo:
"quanto mais guerras você cobre, mais aprende a sobreviver. Quanto mais você vai para guerras, mais chance tem de morrer".
Estranha equação que me levou a seguinte conclusão: minha vida é uma verdadeira Bagdá!

terça-feira, 4 de setembro de 2007

Bacia de merthiolate



"Eu só falo das coisas e, de certa forma, estou falando de mim por elas..."
Esse sample cabralino ecoou por aqui num post recente. E, de fato, o preceito do poeta é levado em muitíssima consideração por este arremedo de editor. Sempre relutei em transformar este blog num "querido diário". Quem quiser conhecer meu estranho mundo, basta dar uma volta nos links indicados, nos textos fixos ao lado e/ou prestar atenção nos temas dos próprios posts anteriormente publicados. No hay secreto.
Pero, confidencio, o momento me obriga, careço cambiar. Então... foda-se João Cabral! Revelarei-me agora de forma direta, sem o temor do pieguismo e fidelíssimo ao meu próprio umbigo! Superlativarei tudo e em primeiríssima pessoa! Farei deste post as margens escondidas deste blog. Com o lirismo arrancado de minha víscera canhota, escreverei uma prosa que vomite coragem, abismo e sangue:
Meu querido blog,
Por que meu coração de sol escalda suas feridas numa bacia de merthiolate?

Pronto.

domingo, 2 de setembro de 2007

Sorte fantástica - notas dominicais XVII



“Tive uma vida maravilhosa. Tive sorte, uma sorte fantástica. Nunca passei um dia sem comer e também nunca fui rico. Assim, tudo deu certo.”
(entrevista de Marcel Duchamp para Arts et Loisirs em 1966)